22nd IMCWP, Contribution by the CP of Brazil

11/7/22, 12:35 PM
  • Brazil, Communist Party of Brazil 22nd IMCWP Es Pt South America Communist and workers' parties

Intervenção do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) no 22º EIPCO 

 

Estimados camaradas dos partidos comunistas e operários de todo o mundo. É com grande alegria que encontramos vocês neste evento magnífico, que é prova da vitalidade do movimento comunista internacional e da luta pelo socialismo. 

Em nome da presidenta nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Luciana Santos, e da Secretária de Relações Internacionais, Ana Prestes, dirijo uma saudação especial ao heroico Partido Comunista de Cuba, anfitrião deste 22º EIPCO, organizado com tanto esmero. O Partido Comunista de Cuba é uma fonte de inspiração permanente para os povos de todo o mundo. 

Expressamos, desde logo, nosso apoio ao projeto de declaração final.

 

Queridos camaradas, 

Vivemos uma época tempestuosa, de devastação do meio-ambiente pelo modo de produção capitalista, de negligência à vida humana, de escalada no aumento da fome, de transições aceleradas no cenário internacional e de sérias ameaças à paz mundial, que colocam em perigo a existência humana e do planeta Terra. 

O sistema capitalista, mergulhado em uma grave crise desde 2008, potencializada de forma dramática pela pandemia de Covid-19, não encontra respostas para seus impasses e aumenta cruelmente a exploração sobre os trabalhadores. 

Os salários, no mundo todo, com poucas exceções, entre elas a China, têm cada vez menor participação na renda nacional. 

Em artigo escrito em 1905, ao referir-se aos pequenos artesãos urbanos e aos camponeses pobres que cultivavam escassos trechos de terra, Lênin falava sobre “a massa pequeno-burguesa dos pobres da cidade e do campo”. 

Hoje, ironicamente, a revolução científico-tecnológica fez surgir uma nova massa pequeno-burguesa de pobres. São os "semi proletários ou semi proprietários" (termos usados por Lênin no referido artigo) ou precariado, como dizemos no Brasil, que trabalham por conta própria em aplicativos de prestação de serviço em regime de ultra-exploração. Apesar de explorados, parte destes trabalhadores adota a visão de mundo dos capitalistas, enganados pelo ilusório título de “empreendedores”. 

Enquanto isso, alguns setores do proletariado, desencantados com as falsas promessas do neoliberalismo e sem a perspectiva de uma transformação revolucionária imediata, vira alvo de sedução do neofascismo, que torna a avançar na Europa e em outras regiões do mundo, incluindo a América Latina. 

É preciso sagacidade tática, visão ampla e firmeza ideológica para fortalecer os partidos comunistas, ampliar a propaganda do socialismo, ao mesmo tempo em que se coloca como fator determinante a questão nacional e a luta anti-imperialista. 

Isso exige que os comunistas sejam os mais convictos defensores da unidade das forças progressistas e revolucionárias. 

Unidade capaz de enfrentar os desafios de um mundo no qual a pandemia desnudou o caráter desumano do imperialismo, acelerando o quadro de transição mundial em um ritmo vertiginoso. 

De fato, as principais características da nossa conturbada cena internacional são o declínio relativo da principal superpotência imperialista, os EUA, e a emergência de novos pólos de poder econômico, político, diplomático e militar. O quadro internacional é de agravamento e expansão das disputas, tensões e confrontações. 

Esta mudança na correlação de forças internacional, ainda em desenvolvimento, comporta sérios riscos, mas permite também um contexto mais favorável para a realização de projetos nacionais contra-hegemônicos.

Diversos Estados já perceberam que existe uma maior margem de manobra e procuram resguardar sua soberania, ampliando o espaço de autonomia no novo contexto geopolítico mundial. Essa evolução abarca países com governos de orientação político-ideológica muito diversa, como Rússia, África do Sul, Índia, Turquia e Irã, entre outros. 

A Europa, que persiste e aprofunda seu alinhamento automático com os interesses de Washington, vê crescerem agudas contradições internas, frutos do seu servilismo. 

Outra característica marcante do cenário internacional é o combate multidimensional que os EUA empreendem contra a República Popular da China, ao mesmo tempo em que buscam fragilizar, derrotar e fragmentar a Rússia. 

Por conta disso, o imperialismo tem incrementado seus meios de intervenção. A guerra híbrida potencializa métodos antigos levando-os a dimensões inéditas ao mesmo tempo em que novas abordagens surgem a cada instante, graças aos recursos tecnológicos e de inteligência artificial. 

É neste contexto geopolítico que China e Rússia formaram uma aliança estratégica e no dia 4 de fevereiro deste ano lançaram uma histórica declaração conjunta que propõe uma nova era nas Relações Internacionais, marcada pelo multilateralismo. 

Já o imperialismo, repetindo o que fez no passado, aposta mais uma vez no fascismo e na guerra. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) é um instrumento de primeira linha para este objetivo. Seu expansionismo e vocação agressiva a serviço do imperialismo são a causa direta da atual tragédia na Ucrânia. 

No mesmo sentido aumentam as investidas dos EUA no Mar do Sul da China, se estreitam as relações com Taiwan e se reativa o QUAD entre EUA, Reino Unido, Austrália e Japão.

 

Companheiros e companheiras, 

Em nossa América Latina o imperialismo também não descansa. Cuba continua sendo alvo do mais vil e criminoso bloqueio e de constantes ataques, financiados a peso de ouro por Washington. Se sucedem ininterruptamente as provocações contra governos que não se conformam com as ordens do império. 

Porém, existe uma reação popular, expressa pela luta nas ruas e pela derrota de candidaturas abertamente de extrema-direita e pró-imperialistas em diversos países da América Latina. 

Assim, a correlação de forças volta a um patamar mais favorável, o que pode ficar ainda mais nítido caso se confirme a vitória de Luís Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais brasileiras, no próximo dia 30 deste mês.

 

Companheiros e companheiras,

No Brasil, o principal objetivo das forças progressistas e do PCdoB é derrotar Bolsonaro nas eleições presidenciais. 

O PCdoB está desde o início na linha de frente desta batalha, construindo e apoiando ativamente a candidatura de Lula, do PT. O PCdoB, o PT e o Partido Verde formaram a Federação Brasil da Esperança. A Federação de partidos é um instrumento novo na legislação brasileira, instituído por iniciativa dos comunistas e que, temos confiança, ajudará a fortalecer a unidade da esquerda. 

Nas eleições parlamentares, o PCdoB elegeu 06 deputados federais e 18 deputados estaduais, tendo os seus candidatos aos cargos de deputado federal, estadual e senador recebidoum total superior a três milhões de votos. 

Ainda faremos um balanço do nosso desempenho em particular e enviaremos a todos os partidos amigos. 

Nas eleições presidenciais, Lula venceu o primeiro turno com margem superior a 6 milhões de votos em relação a Bolsonaro e vamos agora ao decisivo segundo turno no próximo dia 30. 

Uma vitória de Bolsonaro, personagem de extrema-direita com características neofascistas, teria graves consequências para o Brasil e para toda a região. Já a eleição de Lula fará o Brasil retornar ao rumo da inclusão social, valorização dos direitos humanos, defesa da multipolaridade e da integração solidária da nossa América Latina. 

As pesquisas indicam que Lula é o favorito a vencer, mas as nossas forças estão tensionadas ao máximo, assim como as forças do inimigo. Sabemos que contamos com a solidariedade de todos os partidos irmãos nesta batalha.

 

Companheiros e companheiras, 

A defesa da paz mundial e a solidariedade com os povos em luta são tarefas urgentes e necessárias, que fortalecem a causa anti-imperialista. A luta contra o imperialismo é dura, o inimigo é muito poderoso e a unidade é a nossa melhor arma. Só com a derrota do imperialismo será possível a construção de um mundo livre da exploração do homem pelo homem, causa essencial e sagrada dos comunistas. Viva a unidade anti-imperialista! Venceremos!


 

Intervención del Partido Comunista de Brasil (PCdoB) en lo 22º EIPCO 

 

Queridos camaradas de los partidos comunistas y obreros de todo el mundo. Con gran alegría nos encontramos con ustedes en este magnífico evento, que es prueba de la vitalidad del movimiento comunista internacional y la lucha por el socialismo. 

En nombre de la presidenta nacional del Partido Comunista de Brasil (PCdoB), Luciana Santos, y de la secretaria de Relaciones Internacionales, Ana Prestes, dirijo un saludo especial al heroico Partido Comunista de Cuba, anfitrión de este XXII EIPCO, organizado con tal cuidado. El Partido Comunista de Cuba es una fuente permanente de inspiración para lospueblos de todo el mundo. 

Expresamos inmediatamente nuestro apoyo al proyecto de declaración final.

 

Queridos camaradas, 

Vivimos una época tempestuosa, de devastación del medio ambiente por el modo de producción capitalista, de abandono de la vida humana, de escalada delhambre, de transiciones aceleradas en el escenario internacional y de graves amenazas a la paz mundial, que ponen en peligro la existencia humana y planeta Tierra. 

El sistema capitalista, sumido en una grave crisis desde 2008, potenciado dramáticamente por la pandemia de la Covid-19, no encuentra respuestas a sus impasses y aumenta cruelmente la explotación de los trabajadores. 

Los salarios, en todo el mundo, tienen una participación cada vez menor enelingreso nacional. Una de las pocas excepciones es China. 

Enun artículo escrito en 1905, al referirse a los pequeños artesanos urbanos y campesinos pobres que cultivaban pocas parcelas, Lenin hablaba de “lamasa pequeño burguesa de los pobres urbanos y rurales”. 

Hoy, irónicamente, la revolución científico-tecnológica ha dado lugar a una nueva masa pequeño burguesa de pobres. Sonlos “semiproletarios o semipropietarios” (términos usados ​​por Lenin enel artículo mencionado) o precariados, como decimosen Brasil, que trabajan por cuenta propia en aplicaciones digitales para prestar servicios en régimen de ultra explotación. A pesar de ser explotados, algunos de estos trabajadores adoptan la cosmovisión capitalista, engañados por elilusorio título de “emprendedores”. 

Mientras tanto, algunos sectores del proletariado, desencantados conlas falsas promesasdel neoliberalismo y sinla perspectiva de una transformación revolucionaria inmediata, se conviertenenblanco de laseduccióndel neofascismo, que avanza nuevamente en Europa y en otras regiones del mundo, incluyendo America latina. 

Se necesitasagacidad táctica, visión amplia y firmeza ideológica para fortalecer los partidos comunistas, expandir la propaganda del socialismo, al mismotiempo que se coloca como factor determinante lacuestión nacional y la lucha antiimperialista. 

Esto exige que los comunistas seanlos más acérrimos defensores de launidad de lasfuerzasprogresistas y revolucionarias. 

Una unidad capaz de enfrentar losdesafíos de un mundo enel que la pandemia haexpuestoel carácter inhumanodel imperialismo, acelerando a un ritmo vertiginoso elescenario de transición mundial. 

De hecho, lasprincipales características de nuestroconflictivoescenario internacional sonel relativo declive de la principal superpotencia imperialista, EE.UU., y elsurgimiento de nuevos polos de poder económico, político, diplomático y militar. El panorama internacional es de agravamiento y ampliación de disputas, tensiones y enfrentamientos. 

Este cambio enlacorrelación de fuerzas internacional, aúnendesarrollo, implica seriosriesgos, pero también permite un contexto más favorable para larealización de proyectosnacionalescontrahegemónicos. 

Varios Estados ya se han dado cuenta de que existe unmayormargen de maniobra y buscan proteger susoberanía, ampliando elespacio de autonomíaenelnuevo contexto geopolítico global. Esta evoluciónincluye países congobiernosconorientaciones político-ideológicas muy diferentes, como Rusia, Sudáfrica, India, Turquía e Irán, entre otros. 

Europa, que persiste y profundizaensualineamiento automático conlosintereses de Washington, vecrecer agudas contradicciones internas, fruto de su servilismo. 

Otro rasgo llamativodelescenario internacional es el combate multidimensional que libra EE.UU. contra la República Popular China, al tiempo que busca debilitar, derrotar y fragmentar a Rusia. 

Por eso, el imperialismo ha incrementado sus medios de intervención. La guerra híbrida aprovecha métodos antiguosllevándolos a dimensiones sin precedentes mientrassurgennuevos enfoques en cada momento, gracias a los recursos tecnológicos y de inteligencia artificial. 

Es en este contexto geopolítico que China y Rusiaformaron una alianza estratégica y el 4 de febrero de este añolanzaron una histórica declaraciónconjunta que propone una nueva era enlas Relaciones Internacionales, marcada por el multilateralismo. 

El imperialismo, en cambio, repitiendolo que hizoenelpasado, vuelve a apostar por el fascismo y la guerra. La Organizacióndel Tratado delAtlántico Norte (OTAN) es un instrumento de primer orden para este propósito. Su expansionismo y vocaciónagresiva al serviciodel imperialismo sonla causa directa de laactual tragedia enUcrania. 

Enlamismadirección, aumentanlasembestidas de EE.UU. enel Mar delSur de China, se fortalecenlas relaciones conTaiwán y se reactivael QUAD entre EE.UU., Reino Unido, Australia y Japón.

 

Compañeros y compañeras, 

Ennuestra América Latina, el imperialismo tampoco descansa. Cuba continúasiendoblancodel más vil y criminal bloqueo y constantes ataques, financiados con peso de oro por Washington. Lasprovocaciones contra losgobiernos que no se ajustan a lasórdenesdelimperiocontinúanininterrumpidamente.

Sin embargo, hay una reacción popular, expresada por la lucha enlascalles y la derrota de candidaturas abiertamenteultraderechistas y proimperialistasenvarios países latinoamericanos. 

Así, lacorrelación de fuerzasvuelve a unnivel más favorable, lo que puede quedar aún más claro si se confirma lavictoria de Luís Inácio Lula da Silva enlaseleccionespresidenciales de Brasil, eldía 30.

 

Compañeros y compañeras, 

En Brasil, el principal objetivo de lasfuerzasprogresistas y del PCdoB es derrotar a Bolsonaro enlaseleccionespresidenciales. 

PCdoB es parte de laprimera línea de esta batalla desde el principio, construyendo y apoyandoactivamentela candidatura de Lula. PCdoB, PT y el Partido Verde formaronlaFederaciónBrasil de laEsperanza. La Federación de Partidos es unnuevo instrumento enlalegislaciónbrasileña, instituida por iniciativa de los comunistas y que, estamos seguros, ayudará a fortalecer launidad de laizquierda. 

Enlaselecciones parlamentarias, el PCdoB eligió a seis diputadosfederales y dieciochodiputadosestatales, y sus candidatos a los cargos de diputado federal, estatal y senador recibieronun total de más de tresmillones de votos. 

Todavíaharemosun balance de nuestrodesempeñoen particular y lo enviaremos a todos los partidos hermanos. 

Enlaseleccionespresidenciales, Lula ganólaprimeravueltaconunmargen de más de 6 millones de votos respecto a Bolsonaro y ahora vamos a la decisiva segunda vueltadeldía 30. 

Una victoria de Bolsonaro, unpersonaje de extrema derechacon características neofascistas, tendría graves consecuencias para Brasil y toda laregión. La elección de Lula, por otro lado, hará que Brasil retome elcamino de lainclusión social, lavalorización de losderechos humanos, la defensa de lamultipolaridad y laintegración solidaria de nuestra América Latina. 

Lasencuestasindican que Lula es el favorito para ganar, pero nuestrasfuerzasestán todas movilizadas, al igual que lasfuerzasenemigas. Sabemos que contamos conlasolidaridad de todos los partidos hermanosen esta batalla.

 

Compañeros y compañeras, 

La defensa de la paz mundial y lasolidaridadconlospueblosen lucha sontareas urgentes y necesarias que fortalecenla causa antiimperialista. La lucha contra el imperialismo es dura, elenemigo es muy poderoso y launidad es nuestramejor arma. Sóloconla derrota del imperialismo será posible construir un mundo libre de laexplotacióndelhombre por elhombre, causa esencial y sagrada de los comunistas. ¡Viva launidadantiimperialista! ¡Venceremos!

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