Contribution of Brazilian CP [Pt, En, Es]
PCB PARTICIPA DO ENCONTRO MUNDIAL DOS PARTIDOS COMUNISTAS
O PCB se faz presente no 16º Encontro Mundial dos Partidos Comunistas, de 13 a 16 de novembro de 2014, na cidade de Quayaquil (Equador), com uma delegação composta pelos camaradas Ivan Pinheiro (Secretário Geral) e Edmilson Costa (Secretário de Relações Internacionais), que apresentou ao Plenário o documento preparado pelo Comitê Central do Partido, que publicamos abaixo:
INTERVENÇÃO DO PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB), NO 16° ENCONTRO INTERNACIONAL DOS PARTIDOS COMUNISTAS E OPERÁRIOS (Guayaquil, 13 a 15 de novembro de 2014)
O Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB) saúda a todos os partidos comunistas e operários presentes neste evento e cumprimenta o partido anfitrião, o nosso querido Partido Comunista do Equador.
O sistema capitalista mundial vive uma das mais graves crises de sua história, que o vem castigando ,há mais de seis anos, sem que os gestores do capital encontrem uma saída para a retomada do crescimento econômico e a superação da crise. Pelo contrário, as medidas que vêm sendo adotadas pelos governos centrais para manter os privilégios do capital, como o corte dos gastos públicos e a redução dos salários e pensões, aprofundam ainda mais a crise, pois aumentam o desemprego, reduzem a renda da população e levam à recessão.
Essa crise sistêmica que envolve a economia global- crise de superacumulação que se combina com manifestações de superprodução e anarquia das finanças - condensao mesmo fenômeno analisado por Marx: quanto mais cresce o capital, mais ele produz a crise que é concernente à sua natureza. Como sempre, os efeitos dramáticos das crises são repassados aos trabalhadores, pois o capitalismo se reproduz promovendo novas formas de exploração da força de trabalho e renovando os mecanismos de dominação.
Reafirma-se categoricamente a contradição entre capital e trabalho em nível global como a contradição fundamental a exigir a organização da classe trabalhadora na luta contra o sistema dominante.A crise acirra as contradições interimperialistas, intensificando a corrida armamentista e a agressividade na disputa pelo controle dos recursos minerais e dos mercados.
Na Ucrânia, o conflito tem origem numa intervenção golpista dos EUA e da UE, que levou ao surgimento de um governo reacionário, nos marcos da competição com a Rússia capitalista.O Oriente Médiotransformou-se num barril de pólvora, em razão da ofensiva dos EUA e da OTAN pelo controle do Iraque, da Síria, do território curdo, desta vez se valendo de mercenários a serviço das potências ocidentais, da Turquia, da Arábia Saudita e seus satélites.
Esta ofensiva tem como objetivos a captura das fontes de energia da região e a ocupação de posições estratégicas em relação ao Irã, à Rússia e à China. A escalada da agressão sionista à Palestina é parte desta guerra de posições imperialista, numa região em que Israel é a cabeça de ponte do imperialismo norte-americano.
Na América Latina, o Paraguai está se transformando numa plataforma estratégica da ação imperialista no Cone Sul. NaVenezuela, segue a ofensiva da direita.É preciso reforçar nossa firme solidariedade ao governo e às forças políticas que apóiam o processo, em especial ao Partido Comunista de Venezuela e ao proletariado venezuelano.
Segue o bloqueio a Cuba Socialista, apesar de rechaçado esmagadoramente, mais uma vez, pela Assembléia Geral da ONU.O êxito da Mesa de Diálogos de Havana não é apenas um problema dos colombianos, mas de todos os povos da América Latina. Os interesses do povo colombiano eda insurgência, que se fundem na mesa de diálogo, são de uma solução política com justiça social e econômica, consolidada através de uma Assembléia Constituinte soberana.
A vergonhosa ocupação do Haiti acaba de completar 10anos. Governos latino-americanos, sob o comando do Brasil, se submeteram à determinação dos Estados Unidos e do Conselho de Segurança da ONU para ocupar militarmente o Haiti e respaldar o golpe executado pelo imperialismo em 2004.
Estudando o capitalismo brasileiro, o PCB chegou à conclusão de quea economia do paísé plenamente desenvolvida,com uma industrialização integrada e instituições burguesas em pleno funcionamento. Com esta análise, chegamos à compreensão lógica de que a contradição fundamental da sociedade brasileira se dá entre o capital e o trabalho, o que nos leva a concluir que o caráter da revolução brasileira é socialista. Isto não significa que em nosso país o socialismo está à vista,pois se as condições objetivas estão dadas faltam ainda condições subjetivas, hoje profundamente dificultadas, entre outros fatores em função da hegemonia reformista e oportunista no campo que se define genericamente como ”esquerda”.
Na visão do PCB, não há contradições significativas entre a burguesia brasileira e o imperialismo. Este, no caso do Brasil, não é um inimigo externo a ser combatido pela nação, numa frente de conciliação de classe entre o proletariado e a burguesia “nacional”. Pelo contrário, o Brasil é parte do sistema imperialista mundial, apesar de suas contradições e de ser ainda um ator coadjuvante em ascensão.
O desenvolvimento dos monopólios e oligopólios, das fusões, da concentração e centralização dos principais meios de produção nas mãos de grandes corporações monopolistas, nos setores industrial, bancário e comercial, torna impossível separar o capital de origem brasileira ou estrangeira, assim como o chamado capital produtivo do especulativo, já que, nesta fase, o capital financeiro funde seus investimentos tanto na produção direta como no chamado capital portador de juros e flui de um campo para outro de acordo com as necessidades e interesses da acumulação privada, sendo avesso a qualquer tipo de planejamento e controle. Por isso, a luta anticapitalista no Brasil é hoje, necessariamente, uma luta anti-imperialista.
Do ponto de vista político, é preciso acabar com a ilusão de que o governo brasileiro é progressista e antiimperialista. O Partido dos Trabalhadores (PT) é hoje um partido da ordem capitalista.Ao longo de seus últimos 12 anos de governo, cooptou e desmobilizou os trabalhadores, despolitizou a sociedade, gerando um apassivamento político que tem sido profundamente prejudicial ao desenvolvimento da luta de classes. Esse quadro ainda se torna mais difícil pois o PT deixou intacta a hegemonia da mídia burguesa, que funciona como um forte poder político dirigido pelos setores mais reacionários do capital.
A política econômica e a política externa do Estado brasileiro estão a serviço do projeto de fazer do Brasil uma grande potência capitalista mundial, nos marcos do imperialismo.
Hoje, o governo brasileiro é o organizador da transferência da maior parte da renda e da riqueza produzida pelo país para a burguesia. Grande parte do orçamentose destina a pagar os juros e a amortização da dívida (externa e interna), para satisfação dos banqueiros internacionais e nacionais,assim como para os rentistas brasileiros(que não chegam a 1% da população).O consumo é aquecido pelo crédito farto e caro e não por aumentos salariais. O resultado é que as famílias brasileirasestão cada vez mais endividadas.
As alianças com o centro e a centro-direita para garantir a governabilidade institucional fizeram com que esse governo, em doze anos,governasse para o capital e proporcionasse à população mais pobre apenas políticas compensatórias, que não representam sequer 10% do pagamento dos juros da dívida. Ao contrário, promoveram contrarreformas.Não se pode chamar o governo brasileiro sequer de reformista: trata-se de um governo social-liberal que gerenciao capitalismoadotando medidas paliativas para aliviar a pobreza extrema.
Os resultados são a retomada das privatizações em grande escala, sob a forma de concessões ao setor privado, a entregadas reservas de petróleo, como o Campo de Libra,a opção pelos grandes monopólios, a desoneração de impostos para o capital, a precarização do trabalho (com mais e piores empregos), a política de superávit primário, com o sucateamento do serviço público, a banalização da corrupção,a falta de perspectiva para a juventude, o descrédito na política e nos partidos políticos.
Exatamente no auge da crise do capitalismo, em que as agressões do sistema aos direitos trabalhistas, sociais e políticos dos povos abrem possibilidades de mobilização e organização dos trabalhadores, seguimos carentes de um vigoroso movimento comunista internacional de orientação revolucionária.
As estratégias reformistas implicam em alianças com a burguesia, em privilegiar a luta no campo institucional. Transmitem aos trabalhadores a ilusão de que é possível humanizar o capitalismo e caminhar até o socialismo pela democracia burguesa, em etapas, por meio de avanços seguros e graduais e através de formas de luta exclusivamente pacíficas.
Os partidos reformistas que participam de governos socialdemocratas ou social-liberais não contribuem para conquistas dos trabalhadores e muito menos na construção do socialismo. Pelo contrário, participam da gestão do sistema e desmobilizam os trabalhadores, iludindo-os de que suas conquistas dependem do desenvolvimento do capitalismo.
O oportunismo reflete-se na crise política, ideológica e organizativa do movimento comunista internacional, que não pode ser reconstruído apenas na diplomacia, na busca de consensos, em declarações vazias, sem conteúdo de classe. Não podemos deixar de lado o debate das divergências, para manter uma unidade artificial. A unidade de que necessitamos tem que ser baseada nos princípios do marxismo-leninismo, do internacionalismo proletário.
Na América Latina, necessitamos uma articulação de partidos e forças revolucionárias, anticapitalistas e antiimperialistas, para fazer frente à hegemonia do Foro de São Paulo, que a cada ano aprofunda seu processo de institucionalização como instrumento para a governabilidade institucional dos chamados governos progressistas e a integraçãocapitalista da América Latina, sob a hegemonia brasileira.
Percebe-se uma articulação do Foro de São Paulo e da versão européia do reformismo (o Partido da Esquerda Europeia), com o objetivo de constituírem uma alternativa internacional socialdemocrata, inclusive com partidos denominados comunistas, em contraposição ao movimento comunista internacional.
O PCB continuará atuando no sentido de fortalecer o bloco de partidos comunistas alinhados com a luta anticapitalista e antiimperialista, buscando contribuir para o desenvolvimento de uma luta sem tréguas contra o reformismo, que ainda impera em várias organizações que se reivindicam de esquerda ou comunistas, e construir um poderoso pólo comunista internacional que fortaleça ideologicamente as posições marxistas-leninistas e seja capaz de conduzir, em cada país, o movimento dos trabalhadores por sua completa emancipação.
Viva o marxismo-leninismo!
Viva o internacionalismo proletário!
Quayaquil, 14 de novembro de 2014
PCB (Partido Comunista Brasileiro)
SPEECH OF THE BRAZILIAN COMMUNIST PARTY (PCB) AT THE 16th INTERNATIONAL MEETING OF WORKERS AND COMMUNIST PARTIES Guayaquil, November 13 to 15, 2014
The Central Committee of the Brazilian Communist Party (PCB) salutes all of the workers and communist parties present in this event and especially the host party, our dear Communist Party of Ecuador.
The capitalist system lives one of the most serious crisis in its history. For more than six years this crises bursts and the managers of capital aren’t able to find an exit for the retaking of economic growth and overcoming the crisis. On the contrary, measures being taken by central governments in order to keep the privileges of capital, such as public spending cuts, reduction of wages and benefits, deepen further the crisis since provoke unemployment, reduce the peoples gains and bring recession.
This systemic crisis encompasses the global economy – a crisis of over-accumulation combined with signals of overproduction and financial anarchy – condensates the same phenomenon analyzed by Marx: as much the capital grows, more crisis is produced as a consequence of its nature. As always, the dramatic effects of crisis are transferred to workers, since capitalism reproduces itself promoting new forms of exploitation of the labor power and renewing the mechanisms of domination.
The contradiction between capital and labour is reaffirmed in a global level as the fundamental contradiction requiring the organization of the workers class in struggle with the dominant system. The crisis enhances inter-imperialist contradictions, intensifying the arms race and the violence in dispute for natural resources and markets.
In Ukraine a conflict arises with a coup promoted by USA and EU leading to the establishment of a reactionary government in the frame of competition with capitalist Russia. Middle East became a gunpowder barrel in consequence of USA and NATO aggression for the control of Iraq, Syria and Kurdish lands, now using mercenaries in behalf of western powers, Turkey, Saudi Arabia and satellites. This aggression has the purpose of seizing the energy sources of the region and occupation of strategic positions around Iran, Russia and China. The escalation of the Zionist aggression to Palestine is part of this imperialist position war, in a region where Israel is a bridgehead of imperialism.
In Latin America, Paraguay is being transformed in a strategic platform for imperialist action in the South Cone. Starting with the coup that ousted President Lugo, a structure is being assembled with military purposes and for spying and provoking countries of the region. In Venezuela the rightist push continues. It is necessary to strengthen our solidarity with President Maduro and the political forces that support the government, specially the Communist Party of Venezuela and Venezuelan proletariat.
The blockade to Socialist Cuba still subsists, in spite of, again and again, being condemned by all but two of the countries in the General Assembly of United Nations. The Dialog Table in Havana is not only a problem of Colombians but of all the peoples in Latin America. The interests of the Colombian people and the Insurgents, molten together at the Dialog Table, are that of a pacific solution with social and economic justice, consolidated by a sovereign Constitutional Assembly.
The shameful occupation of Haiti reaches 10 years. Armies of subaltern governments, under command of Brazil, are obeying determinations of USA and UNO Security Council to occupy Haiti and give support to the coup held by imperialism in 2004.
In a study of Brazilian capitalism, in a rigorous Marxist stance, PCB reached the conclusion that the country has a fully developed economy, with an integrated industrialization and operating bourgeois institutions. With this analysis we reached the logical conclusion that the fundamental contradiction in Brazilian society is between Capital and Labour, leading to the conclusion that the Brazilian revolution has a socialist character. This doesn’t mean that in our country socialism is at hand, since objective conditions are given but we lack subjective conditions. These are deeply made difficult, among other reasons, by the hegemony of reformist and opportunist forces in the field of the so called “left”.
In the view of PCB, there are not significant contradictions between the Brazilian bourgeoisie and imperialism. In the case of Brazil, imperialism is not a foreign enemy to be faced by the nation in a front of class conciliation between proletariat and the “national” bourgeoisie. On the contrary, Brazil is a part of the world imperialist system, in spite of internal contradictions and of still being a co-adjuvant actor in ascension.
The development of monopolies and oligopolies, of fusions, of concentration and centralization of the main means of production at the hands of big monopolist corporations, in the industrial, financial and commercial sectors, make impossible to separate capitals of Brazilian or foreign origin. It is also difficult to distinguish productive to speculative capital, since in this phase the financial capital melts its investments both in the direct production as in the so called interest holder capital. It flows form one field to another, according to the necessities and interests of private accumulation, being enemy of any kind of planning and control. For this reason, the anti-capitalist struggle in Brazil is necessarily an anti-imperialist struggle.
From the point of view of politics, it is necessary to end the illusion that the Brazilian government is progressive and anti-imperialist. The Workers Party (PT) is, today, a party of the capitalist order, at service of “neo-developmentism”. In the last 12 years of government it worked in cooption and demobilization of workers, depoliticized the society and created a passive mood deeply jeopardizing the class struggle.
This picture becomes even more complex if we consider that the media, the social communications network, is dominated by nine families constituting a political power conducted by the most reactionary sectors of capital. Besides this, the bankers, agribusiness, monopolies and industry tycoons had never had so much profit. The economic and the external policies of the Brazilian state are oriented to make Brazil a large capitalist world power, in the frame of imperialism.
The Brazilian government, today, is the organizer of the transference of a larger part of income and wealth produced in the country to the bourgeoisie. A large part of the budget is directed to pay profits and amortization of the debt (internal and external) to the satisfaction of national and international bankers, as well as Brazilian profiteers (rentistas), less than 1% of the population. The consumption is warmed up by easy (and expensive) credit, not by wage increases. The result is a serious debt of the Brazilian families.
Alliances to the center and right-of-center parties in order to obtain institutional governability made this government, in 12 years, to be capital oriented and provider of compensation policies to the poorer, taking less than 10% of what is paid to the bankers for these policies. On the contrary, they provided contra-reforms. We can not consider the Brazilian government even reformist: it is a social-liberal government managing capitalism, adopting palliative measures to alleviate extreme misery.
The results are new privatizations in large scale, under the form of concessions to the private sector. The oil basin of Campo de Libra was conceded, for instance. The option is for large monopolies, the tax rebate for capital, the destabilization of labour, with more but worse jobs, the policy of primary surplus, the public services put to scrap, the lack of perspectives to the youth, the vulgarization of corruption, the discredit to politics and to the political parties.
Precisely at the apex of the capitalist crisis, when aggressions to labour, social and political rights open possibilities for mobilization and organization of workers, we lack a strong international communist movement oriented to revolution.
Reform strategies imply alliances with the bourgeoisie and dedication to the struggle in the institutional field. They send to the workers a message that it is possible to humanize capitalism and to reach socialism through the bourgeois democracy, step by step, in safe and gradual advances, with exclusively pacific forms of action.
The reformist parties participating in social-democrat or social-liberal governments do not contribute to conquests of workers and even less for the construction of socialism. On the contrary, they participate in the management of the system, demobilize workers deceiving them with the idea that their conquests depend on the development of capitalism.
Opportunism reflects in the organizational, ideological and political crisis of the international communist movement. This movement can not be reconstructed only with diplomacy, search for consensus, empty declarations without class content. We can’t leave apart the debate of divergences in order to keep an artificial unity. The unity we need is that based in the principles of Marxism-Leninism, of proletarian internationalism.
In Latin America we need an articulation of revolutionary, anti-capitalist and anti-imperialist parties and forces, in order to face the hegemony of Foro de São Paulo, each year deepening its process of institutionalization as an instrument of governability of the so called progressive governments and the capitalist integration of Latin America under Brazilian hegemony.
We realized an articulation of Foro de São Paulo with the European version of reformism, intending to constitute a social-democrat international alternative, including so called communists parties, in opposition to the international communist movement.
PCB will continue to act in the sense of strengthening a bloc of parties identified with the anti-capitalist and anti-imperialist struggle, looking for a contribution for the development of a no-truce combat to reformism, still dominant in several organizations intending to be of left or communists. We must to build a strong international communist pole, ideologically reinforcing the Marxist-Leninist positions and able, in each country, to lead the workers movement to a complete emancipation.
Long life to Marxism-Leninism
Long life to proletarian internationalism
Quayaquil, November 14, 2014
BRAZILIAN COMMUNIST PARTY - PCB
INTERVENCIÓN DEL PARTIDO COMUNISTA BRASILEÑO (PCB), NO 16° ENCUENTRO INTERNACIONAL DE LOS PARTIDOS COMUNISTAS Y OBREROS.
(Guayaquil, del 13 al 15 de noviembre de 2014)
El Comité Central del Partido Comunista Brasileño (PCB) saluda a todos los partidos comunistas y operarios presentes en este evento, especialmente al partido anfitrión, nuestro querido Partido Comunista de Ecuador.
El sistema capitalista mundial vive una de las mas graves crisis de su historia, que lo viene castigando, hace más de seis años, sin que los gestores del capital encuentren un salida para retomar el crecimiento económico y la superación de la crisis. Por el contrario, las medidas que vienen siendo adoptadas por los gobiernos centrales para mantener los privilegios del capital, como el corte de los gastos públicos y la reducción de los salarios y pensiones, profundizan aun más la crisis, ya que aumentan el desempleo, reducen la renta de la población y llevan a la recesión.
Esta crisis sistemica que envuelve la economia global – crisis de superacumulación que se combina con manifestaciones de superproducción y anarquia de las finanzas- condensa el mismo fenomeno analizado por Marx: cuanto mas crece el capital, mas produce la crisis, que es concernente a su naturaleza. Como siempre, los efectos dramáticos de la crisis son pasados a los trabajadores, ya que el capitalismo se reproduce promoviendo nuevas formas de explotación de la fuerza de trabajo y renovando los mecanismos de dominación.
Se reafirma la contradicción categórica entre capital y trabajo a nivel global como la contradicción fundamental para exigir la organización de la clase obrera en la lucha contra el sistema dominante. La crisis agrava las contradicciones inter-imperialistas, la intensificación de la carrera armamentista y la agresividad en la disputa por el control de los recursos minerales y de los mercados.
En Ucrania, el conflicto tiene origen en una intervención golpista de EUA y de la UE, que llevo al surgimiento de un gobierno reaccionario, en los marcos de la competencia con la Rusia capitalista. El Oriente Medio se transformo en un barril de pólvora, a causa de la ofensiva de los EUA e de la OTAN por el control de Iraq, de Siria, del territorio Kurdo, esta vez valiendose de mercenarios al servicio de las potencias occidentales. De Turquia, de Arabia Saudita y sus satélites.
Esta ofensiva tiene como objetivos la captura de las fuentes de energía de la región y la ocupación de posiciones estratégicas con relación a Irán, a Rusia y a China. La progresiva agresión sionista a Palestina es parte de esta guerra de posición imperialista, en una región en que Israel es el principal puente del imperio norteamericano.
En América Latina, Paraguay se esta transformando en una plataforma estratégica de acción imperialista en el cono sur. En Venezuela sigue la ofensiva de la derecha. Es necesario reforzar nuestra firme solidaridad al gobierno y a las fuerzas políticas que apoyan el proceso, en especial al Partido Comunista de Venezuela y al proletariado venezolano.
Sigue el bloqueo a Cuba Socialista, a pesar del rechazo aburmador, una vez más, por la asamblea General de la ONU. El exito de la Mesa de Dialogos de la Habana no es apenas un problema de los colombianos, es de todos los pueblos de América Latina. Los intereses del pueblo Colombianos y de la insurgencia, que convergen en la mesa de diálogo, son de una solución política con justicia social y económica, consolidada a través de una Asamblea Constituyente soberana.
La vergonzosa ocupación de Haiti acaba de completar 10 años. Gobiernos latino-americanos, bajo el comando de Brasil, se sometieron a la determinación de Estados Unidos y del Consejo de Seguridad de la ONU para ocupar militarmente Haiti y respaldar el golpe ejecutado por el imperialismo en 2004.
Estudiando el capitalismo brasileño, el PCB llego a la conclusión de que la economía del país es desarrollada plenamente, con la industralización integrada e istituciones burguesas en pleno funcionamiento. Con este análisis, llegamos a la comprensión lógica de que la contradicción fundamental de la sociedad brasileña se da entre el capital y el trabajo, lo que nos lleva a concluir que el caracter de la revolución brasileña es socialista.
Esto no significa que en nuestro país el socialismo esta a la vista, pues si las condiciones objetivas estan dadas, faltan aun condiciones subjetivas, hoy profundamente obstactulizada, entre otros factores, em funcion de la hegemonia reformista y oportunista en el campo que de define genericamente como “izquierda”.
En la visión del PCB, no hay contradicciones significativas entre la burguesía brasileña y el imperialismo. Este, en el caso de Brasil, no es un enemigo externo a ser combatido por la nación, ni este es el momento de conciliación de clase entre el proletariado y la burguesía “nacional”. Por el contrario, Brasil es parte del sistema imperialista mundial, a pesar de sus contradicciones secundarias com el imperialismo.
El desarrollo de los monopolios y oligopolio, de las funciones, de la concentración y centralización de los principales medios de producción en las manos de grandes corporaciones monopolistas, en los sectores industrial, bancario y comercial, se hace imposible separar el capital del origen brasilero o extranjero, así como el llamado capital productivo del especulativo, ya que, en esta etapa, el capital financiero funde sus inversiones tanto en la producción directa como en el llamado capital portador de intereses y fluctúa de un campo para otro de acuerdo con las necesidades e intereses de la acumulación privada, siendo adverso a cualquier tipo de planeación y control. Por eso, la lucha anticapitalista en Brasil es hoy, necesariamente, una lucha anti-imperialista.
Desde el punto de vista político, es necesario acabar con la ilusión de que el gobierno brasilero es de izquierda y antiimperialista. El Partido de los Trabajadores (PT) es hoy un partido de la orden capitalista. A lo largo de sus últimos 12 años de gobierno, desmovilizo a los trabajadores, despolitizo a la sociedad, generando una pasividad política que ha sido profundamente perjudicial al desarrollo de la lucha de clases. Este cuadro aun se torna más difícil ya que el PT dejo intacta la hegemonía de la midia burguesa, que funciona como un fuerte poder político dirigido por los sectores más reaccionarios del capital.
La política económica y la política externa del Estado Brasileño están al servicio del proyecto de hacer de Brasil una gran potencia capitalista mundial, en los marcos del imperialismo.
Hoy, el gobierno brasilero es el organizador de la transferencia de gran parte de la renta y de la riqueza producida por el país para la burguesia. Gran parte de presupuesto se destina a pagar los intereses y la amortización de la dueda (externa e interna), para la satisfacción de los banqueros internacionales y nacionales, asi como para los rentista brasileros (que no llegan al 1% de la población). El consumo aumenta por varios y altos creditos y no por el aumento salarial. El resultado es que las familias brasileñas están cada vez más endeudadas.
Las alianzas con el centro y el centro derecha para garantizar la gobernabilidad institucional hicieron con que este gobierno, en doce años, gobernase para el capital y proporcionase a la población mas pobre apenas políticas compensatorias, que no representan ni siquiera 10% del pago de los intereses de la deuda. No se puede llamar al gobierno brasilero ni de reformista: se trata de un gobierno social-liberal que gerencia el capitalismo adoptando medidas paliativas para aliviar la pobreza extrema.
Los resultado son el regreso de las privatizaciones en gran escala, bajo la forma de consesiones al sector privado, la entrega de las reservas de petróleo, como el Campo de Libra, la acción por los grandes monopolios, la exoneración de impuestos para el capital, la precarización del trabajo (con mas y peores empleos), la política de superavit primario, con la miseria del servicio público, la banalización de la corrupción, la falta de perspectiva para la juventud, y desacreditamiento en la política y en los partidos políticos.
Exactamente en el auge de la crisis del capitalismo, en que las agresiones del sistema a los derechos laborales, sociales y políticos de los pueblos abren posibilidades de movilización y organización de los trabajadores, seguimos carente de un vigoroso movimiento comunista internacional de orientación revolucionaria.
Las estrategias reformistas implican en alianzas con la burguesía, en privilegiar la lucha en el campo institucional. Transmiten a los trabajadores la ilusión de que es posible humanizar el capitalismo y caminar hasta el socialismo por la democracia burguesa, en etapas, por medio de avances seguros y graduales y a través de forma de lucha exclusivamente pacificas.
Los partidos reformistas que participan de gobierno socialdemocratas o social-liberales no contribuyen para la conquista de los trabajadores y mucho menos en la construcción del socialismo. Por el contrario, participan de la gestión del sistema y desmobilizan a los trabajadores, engañandolos de que sus conquistas dependen del desarrollo del capitalismo.
El oportunismo se refleja en la crisis política, ideológica y organizativa del movimiento comunista internacional, que no puede ser reconstruido apenas en la diplomacia, en la busqueda de concensos, en declaraciones vacías, sin contenido de clase. No podemos dejar de lado el debate de las divergencias, para mantener una unidad artificial. La unidad que necesitamos tiene que basarse en los principios del marxismos-leninismo, del internacionalismo proletario.
En la América Latina, necesitamos una articulación de partidos y fuerzas revolucionarias, anticapitalistas y antiimperialistas, para hacer frente a la hegemonía del Foro de San Pablo, que cada año profundiza su proceso de institucionalización como instrumento para la gobernabilidad institucional de los llamados gobiernos progresistas y la integración capitalista de América Latina, bajo la hegemonía brasileña.
Se percibe una articulación del Foro de San Pablo y de la versión europea del reformismo (El Partido de la Izquierda Europea), con el objetivo de constituir una alternativa internacional socialdemocrata, inclusive con partidos denominados comunistas, en contraposicion a el movimiento comunista internacional.
El PCB continuara actuando en el sentido de fortalecer el grupo de partidos comunistas identificados con la lucha anticapitalista y antiimperialista, buscando contribuir para el desarrollo de una lucha sin treguas contra el reformismo, que aun impera en las varias organizaciones que se revindican de izquierda o de comunistas, y construir un poderoso polo comunista internacional que fortalezca ideologicamente las posiciones marxistas-leninistas y sea capaz de conducir, en cada país, el movimiento de los trabajadores por su completa emancipación.
Viva el marxismo-leninismo!
Viva el internacionalismo proletario!
Quayaquil, 14 de noviembre de 2014
PCB (Partido Comunista Brasileño)