Portuguese CP, End the escalation of US and NATO confrontation against Russia - defend peace, promote disarmament

2/16/22, 12:17 PM
  • Portugal, Portuguese Communist Party En Pt Europe Communist and workers' parties

Release from the PCP Press Office

February 15, 2022

 

The PCP condemns the escalation of confrontation promoted by the US and NATO against Russia. An escalation that, taking place at the military, economic and political levels, and being sustained by a fierce disinformation campaign, constitutes a serious threat to peace.

 

The aggressive action by the US and NATO has intensified over the last few weeks, with the deployment of more means and military contingents in Eastern Europe – including military support to Ukraine – accompanied by the threat of imposing new economic sanctions against Russia.

 

Particularly serious is the inclusion of Ukraine in imperialism’s aggressive strategy, implemented following the 2014 coup d'état, which was promoted by the US, NATO and the EU, resorting to fascist groups, and led to the imposition of a xenophobic and warmongering regime, whose violent action is responsible for the exacerbation of fractures and divisions and for the outbreak of war in that country.

 

Bearing in mind the events that have taken place since 2014, the PCP warns of the danger of provocative actions, encouraged by US and NATO support, against the Russian-speaking populations in Donbass and their rights and aspirations.

 

It cannot be ignored that the Ukrainian regime not only fails to comply with the Minsk agreements, preventing the materialisation of a political solution to the conflict in Donbass, but is also responsible for constant violations of the cease-fire and a massive concentration of military forces next to the demarcation line, threatening to launch large-scale violent action in that region – a threat that led to the deployment of Russian military forces within its own territory, in the area along the border with Ukraine.

 

The PCP underlines that the current situation cannot be dissociated from the continuous expansion of NATO which, tearing up commitments made at the time of the dissolution of the Warsaw Pact and the end of the Soviet Union, is increasingly advancing towards Eastern Europe, aiming at the siege of Russia .

 

The PCP stresses that it is the US, NATO and the EU that launched wars against Yugoslavia (1999), Afghanistan (2001) or Libya (2011), being responsible for their brutal legacy of death, suffering and destruction. It is the US, NATO and the EU that fuel the arms race and are responsible for more than 60% of military spending worldwide, more than ten times higher than Russia's military expenditure. It is the US that, with the instrumentalization of NATO, promotes alliances and warmongering partnerships, has a dense network of military bases spread all over the world and increases the installation of means of war, including nuclear ones, increasingly closer to the borders of countries that they aim to submit to their interests. It is the US, with the support of NATO, that unilaterally broke important disarmament agreements, such as treaties on anti-missile defence and short and medium-range nuclear forces. It is the US and NATO that cynically portray military exercises that Russia conducts on its own territory as a threat, when they are the ones who systematically conduct military exercises thousands of kilometres away from their borders and carry out constant actions of pressure, interference and aggression against sovereign countries. It is the US, NATO and the EU that trivialise threats and blackmail and impose sanctions and blockades, openly challenging the United Nations Charter and international law. It is NATO that confirms itself as the only political-military bloc of an offensive and aggressive nature, at the service of a strategy of political and economic hegemonization and subjugation of the sovereign will and rights of countries and peoples.

 

The reality is showing that the US spares no means to try to counter its relative decline, in the context of the structural crisis of capitalism and the profound process of rearrangement of forces that continues at the world level.

 

The escalation of confrontation promoted by the US is, at the same time, a dangerous diversion in view of the increase in internal problems, as well as inter-imperialist contradictions, as demonstrated by the pressures they exert on the EU, especially on Germany, regarding energy and, especially, the Nord Stream 2 pipeline. The EU, claiming a “voice of its own” and reinforcing its militaristic dynamics, is subordinated to the warmongering policy of the US and NATO.

 

It is reprehensible that the Portuguese government, instead of intervening to help the de-escalation of the situation and facilitate a negotiated solution, inserts itself in the dynamics that feeds the climate of tension with the adoption of positions and measures dictated by the strategy of the US and NATO.

 

In defence of the interests and aspirations of the Portuguese people and the peoples of the world, Portugal must not align itself, as is happening, with the North American and Atlanticist strategy of tension, which is at the origin of the worsening of the international situation. To start with, Portugal must refuse to involve Portuguese soldiers in the escalation of confrontation that is underway.

 

Portugal must strive for the peaceful solution of international conflicts, for disarmament, for peace, helping to put an end to the escalation of confrontation and favouring a process of dialogue with a view to promoting security in Europe, in compliance with the principles of the Constitution of the Portuguese Republic, the UN Charter and the Final Act of the Helsinki Conference.

 

The PCP calls for the development of the struggle against the escalation of confrontation, aggression and interference by imperialism, against the enlargement of NATO and its dissolution, against the militarisation of the European Union, for peace and disarmament.

 

 

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Fim à escalada de confrontação dos EUA e da NATO contra a Rússia - defender a paz, promover o desarmamento

 

Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

15 de Fevereiro de 2022

 

O PCP condena a escalada de confrontação promovida pelos EUA e a NATO contra a Rússia. Uma escalada que, efectuando-se nos planos militar, económico e político, e sendo sustentada por uma intensa campanha de desinformação, constitui uma séria ameaça à paz.

 

A acção agressiva dos EUA e da NATO intensificou-se durante as últimas semanas, com a instalação de mais meios e contingentes militares no Leste da Europa – incluindo o apoio militar à Ucrânia –, acompanhada da ameaça de imposição de novas sanções económicas contra a Rússia.

 

Assume uma particular gravidade a inclusão da Ucrânia na estratégia agressiva do imperialismo, concretizada após o golpe de Estado de 2014, que foi promovido pelos EUA, a NATO e a UE, com o recurso a grupos fascistas, e levou à imposição de um regime xenófobo e belicista, cuja violenta acção é responsável pelo agravamento de fracturas e divisões e pela deflagração da guerra naquele país.

 

Tendo presente os acontecimentos ocorridos desde 2014, o PCP alerta para o perigo de acções de provocação, incentivadas pelo apoio dos EUA e da NATO, contra as populações russófonas no Donbass e os seus direitos e aspirações.

 

Não se pode escamotear que o regime ucraniano não só não cumpre os acordos de Minsk, impedindo a concretização de uma solução política para o conflito no Donbass, como é responsável por constantes violações do cessar-fogo e por uma massiva concentração de forças militares junto à linha de demarcação, ameaçando lançar uma violenta acção em larga escala nessa região – ameaça que levou à deslocação de forças militares da Rússia dentro do seu próprio território, na zona junto à fronteira com a Ucrânia.

 

O PCP sublinha que a actual situação não pode ser dissociada da contínua expansão da NATO que, rasgando compromissos assumidos aquando da dissolução do Pacto de Varsóvia e do fim da União Soviética, avança cada vez mais para o Leste da Europa, visando o cerco à Rússia.

 

O PCP salienta que são os EUA, a NATO e a UE que desencadearam guerras contra a Jugoslávia (1999), o Afeganistão (2001) ou a Líbia (2011), sendo responsáveis pelo seu brutal legado de morte, sofrimento e destruição. São os EUA, a NATO e a UE que fomentam a corrida armamentista e são responsáveis por mais de 60% dos gastos militares em todo o mundo, superando em mais de 10 vezes as despesas militares da Rússia. São os EUA que, com a instrumentalização da NATO, promovem alianças e parcerias belicistas, possuem uma densa rede de bases militares espalhada por todo o mundo e incrementam a instalação de meios bélicos, incluindo nucleares, cada vez mais próximo das fronteiras de países que pretendem submeter aos seus interesses. São os EUA, com o apoio da NATO, que romperam de forma unilateral importantes acordos de desarmamento, como os tratados de defesa antimíssil e de forças nucleares de curto e médio alcance. São os EUA e a NATO que cinicamente apresentam como uma ameaça exercícios militares que a Rússia realiza no seu próprio território, quando são eles que desenvolvem sistematicamente exercícios militares a milhares de quilómetros das suas fronteiras e levam a cabo constantes acções de pressão, de ingerência e de agressão contra países soberanos. São os EUA, a NATO e a UE que banalizam a ameaça e a chantagem e que impõem sanções e bloqueios, afrontando abertamente a Carta das Nações Unidas e o direito internacional. É a NATO que se confirma como o único bloco político-militar de carácter ofensivo e agressivo, ao serviço de uma estratégia de hegemonização política e económica e de subjugação da vontade soberana e dos direitos de países e povos.

 

A realidade está a demonstrar que os EUA não olham a meios para tentar contrariar o seu declínio relativo, no quadro da crise estrutural do capitalismo e do profundo processo de rearrumação de forças que prossegue no plano mundial.

 

A escalada de confrontação promovida pelos EUA constitui, simultaneamente, uma perigosa manobra de diversão face ao avolumar de problemas internos, assim como de contradições inter-imperialistas, como o demonstram as pressões que estes exercem sobre a UE, sobretudo sobre a Alemanha, em torno da energia e, especialmente, do gasoduto Nord Stream 2. A UE, clamando por uma “voz própria” e reforçando a sua dinâmica militarista, subordina-se à política belicista dos EUA e da NATO.

 

É condenável que o Governo português em vez de intervir para favorecer o desanuviamento da situação e facilitar uma solução negociada, se insira na dinâmica que alimenta o clima de tensão com a adopção de posicionamentos e medidas ditadas pela estratégia dos EUA e da NATO.

 

Em defesa dos interesses e das aspirações do povo português e dos povos do mundo, Portugal não deve alinhar-se, como está a acontecer, com a estratégia de tensão norte-americana e atlantista, que está na origem do agravamento da situação internacional. Desde logo Portugal deve recusar envolver militares portugueses na escalada de confrontação que está em curso.

 

Portugal deve pugnar pela solução pacífica dos conflitos internacionais, pelo desarmamento, pela paz, contribuindo para pôr fim à escalada de confrontação e privilegiar um processo de diálogo com vista a promover a segurança na Europa, no respeito dos princípios da Constituição da República Portuguesa, da Carta da ONU e da Acta Final da Conferência de Helsínquia.

 

O PCP apela ao desenvolvimento da luta contra a escalada de confrontação, as agressões e as ingerências do imperialismo, contra o alargamento da NATO e pela sua dissolução, contra a militarização da União Europeia, pela paz e o desarmamento.